Agregador: avaliação de Bolsonaro é positiva para 35,9% e negativa para 35,3%

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O presidente da República Jair Bolsonaro / Crédito: Carolina Antunes/PR

A popularidade do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vive um bom momento, de acordo com a versão mais recente dos dados do agregador de popularidade do JOTA Labs. Há três semanas a taxa de avaliação positiva (ótimo e bom) do governo na população adulta oscila acima de 35%, e hoje está em 35,9%. O valor é um pouco maior em relação ao que o chefe do Executivo tinha antes do início da pandemia de coronavírus. O agregador foi atualizado com as pesquisas divulgadas nos últimos dias.

No mesmo período analisado, a avaliação negativa (ruim e péssimo) também variou próximo dos 35%, ligeiramente abaixo da taxa de avaliação positiva, e hoje está em 35,3%. A parcela dos que avaliam o trabalho do governo como regular também não sofreu grandes mudanças, oscilando levemente acima de 26%. Agora, está em 26,3%.

A estabilidade dos números de popularidade observados nas últimas semanas é considerada positiva pelo Planalto. Além de abrir caminho para um ciclo de estabilidade no governo, pode gerar incentivos ao chefe do Executivo para manter compromissos com os partidos em troca de apoio no Legislativo.

A popularidade de Bolsonaro aumentou na esteira da ajuda emergencial criada pelo seu governo para atenuar o impacto econômico da pandemia. De olho no resultado produzido, entendeu que distribuir dinheiro à população também dá popularidade. Isso deixou o mercado cauteloso sobre a possibilidade de o presidente aproveitar o recente incremento de capital político para elevar os gastos públicos em detrimento de uma agenda de reformas para conter o risco fiscal.

Os valores apresentados acima são a mediana do modelo de fusão de pesquisas. Considerando os intervalos de credibilidade dessas estimativas, a avaliação positiva pode estar entre 31% e 40,6%. Para a avaliação negativa,  o intervalo estimado é de 30,7% e 40,3%; e para a avaliação regular, o intervalo é de 22% e 30,5%.

Governo versus Congresso

Demorou quase 22 meses, mas parece que finalmente o presidente Bolsonaro conseguiu reunir força política dentro do Congresso para governar com alguma estabilidade. De um lado, a aliança com os partidos do Centrão lhe garante o apoio de cerca de 38% a 41% do Congresso.

Nos cálculos do JOTA LABs, a cifra de parlamentares que votaram seguindo a orientação do líder do governo em pelo menos 80% das votações desde o começo da legislatura é de 69% na Câmara e 80% no Senado.

Outros sinais desse bom momento para o governo é a pacificação das relações entre o chefe do Executivo e o Congresso, marcada pela reaproximação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a diminuição do apoio público de Bolsonaro e de membros do seu clã em manifestações polêmicas, como apoio a uma intervenção militar como forma de resolver conflitos com Congresso e STF.

Em vez de aproveitar o bom momento para fazer as reformas avançarem no Congresso, Bolsonaro deseja consolidar sua popularidade “anabolizada”. Primeiramente com a extensão do auxílio emergencial e, depois, fazer o rebranding do Bolsa Família—maior marca dos governos petistas. Embora com valor menor do que o auxílio emergencial, o Renda Cidadã (nome hoje veiculado) teria caráter permanente, e o benefício seria reconhecido como bolsonarista.

Governo versus Mercado

Com Bolsonaro cada vez mais preocupado em assegurar sua reeleição a qualquer custo, o mercado tem enviado sinais de que perdeu as esperanças neste governo em conduzir uma agenda robusta de reformas prometida até 2022

Talvez até por falta de alternativas, o mercado não deverá abandonar de vez do governo, mas o descumprimento das promessas de políticas econômicas, que incluíam medidas de ajuste fiscal e privatizações, não deve apenas elevar o volume de críticas ao governo no próximo período, mas também o preço pago pelo próprio governo para rolar a dívida pública. 

Como regra, quanto maior o montante a ser rolado, maiores os juros e encargos que serão pagos pelo contribuinte no ano seguinte, e maior a pressão do sistema financeiro sobre a administração pública.

O Agregador 

O agregador JOTA é uma ferramenta exclusiva que leva em consideração mais de 560 pesquisas de opinião conduzidas no país nos últimos 33 anos, comparando 11 governos e 8 presidentes. Cada empresa e instituto de pesquisa tem seu próprio método de seleção, coleta e análise das respostas. Por isso, o JOTA desenvolveu um modelo estatístico de fusão de pesquisas que permite comparar resultados de diferentes pesquisa, admitindo nova ponderação ao resultado original com base na performance passada de cada instituto.

A ferramenta interativa está disponível aqui: https://data.jota.info/aprovacao/ 

Fonte: JOTA Info
https://www.jota.info/dados/aprovacao-dos-presidentes/avaliacao-de-bolsonaro-agregador-15102020

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