Ministério da Saúde ainda não tem cronograma de vacinação contra Covid-19 para 2023

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Prédio do Ministério da Saúde, em Brasília. Crédito: Divulgação

O governo federal não definiu o cronograma de vacinação contra a Covid-19 em 2023, a dois meses do fim do ano. O Ministério da Saúde também não divulgou novos contratos com laboratórios para o próximo ano. No ano passado, a política foi divulgada no início de outubro.

Enquanto a população fica em espera, um dos cenários levantados é de usar as doses que devem sobrar em 2022 diante da baixa procura pelas terceira e quarta doses.

Dados do LocalizaSUS, gerido pela pasta, mostram que só 61,3% das pessoas que tomaram a segunda dose também receberam o reforço até a última segunda-feira. A taxa cai para 21,6% quando considerada a quarta dose, liberada pela pasta para pessoas a partir de 40 anos, imunossuprimidos e profissionais de saúde.

O Ministério da Saúde afirma ser preciso definir quais vacinas serão utilizadas, quantas doses devem ser aplicadas e qual o público-alvo. A avaliação de integrantes é de que faltam respostas da ciência para questões como essas. O tema passa por análise da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunizações do Programa Nacional de Imunizações (CTAI/PNI) da pasta, mas segue indefinido. 

Em comparação, a pasta anunciou o calendário de vacinação contra a Covid-19 para este ano em 8 de outubro de 2021 em entrevista à imprensa após traçar três diferentes cenários para a imunização a pedido da CPI da Covid. Um ano depois, a experiência e os dados científicos mostram a importância da vacinação para reduzir os casos, as internações e as mortes pela doença, conquista que pode ser ameaçada com a queda da cobertura vacinal.

A tendência é priorizar a imunização com a vacina produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O valor do imunizante é considerado mais acessível, sobretudo se considerada a aplicação em larga escala. A última negociação foi de R$ 34,54 por dose, segundo a instituição. 

Ao JOTA, o Instituto Butantan informou que não há “sinalização de venda” tanto no mercado nacional, para o ministério ou diretamente aos estados, quanto no internacional. O centro de pesquisa pretende ampliar a capacidade de produção para até 300 milhões de doses por ano, incluindo todos os imunizantes. Já a Pfizer disse que não comenta possíveis negociações em andamento.

Setor privado

A falta de definição quanto a imunização contra Covid-19 no SUS tem reflexos também para clínicas particulares. Entidades do setor ainda não sabem como se programar para 2023, devido a falta de informações do governo. Mas há também outros empecilhos, como preço alto e a aplicação multidose – a necessidade de ter que abrir um frasco e usá-lo em mais de uma pessoa em poucas horas. 

As vacinas contra Covid-19 foram adquiridas por algumas clínicas assim que barreiras de aquisição foram suspensas. O setor aposta que o imunizante passe a ser ofertado no SUS, a partir de 2023, apenas para grupos vulneráveis.

A expectativa era a de que a procura do produto siga o padrão da vacina contra gripe. Grupos não atendidos pela vacinação do SUS e empresas poderiam ofertar para seus funcionários o imunizante. E esse seria um bom filão a ser explorado. De acordo com o setor, a procura pela vacina este ano foi pequena.

Fonte: JOTA Info
https://www.jota.info/tributos-e-empresas/saude/ministerio-da-saude-ainda-nao-tem-cronograma-de-vacinacao-contra-covid-19-para-2023-01112022

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